sábado, 17 de março de 2012

Pensamentos do autor.

Imagem de Rob Gonçalves

quarta-feira, 7 de março de 2012

Escola Secundária de Pedrogão Grande - A palavra do escritor / Acção de sensibilização para a leitura.

A acção de sensibilização para a leitura ocorreu na Escola Secundária de Pedrogão Grande, com a participação do escritor Miguel Martins de Menezes e dos Professores Alberto Osório e Deolinda Campos entre outros participantes do corpo docente desta escola.
Tratou-se de uma intervenção informal, um simples diálogo com os alunos, onde foram abordadas diversas questões; nomeadamente o papel motor da leitura e do estado de consciência que esta transmite. No caso destes jovens, o autor, mencionou a sua importância como motor da sociedade, o poder que a leitura leva à consciência humana, e respondeu a algumas questões que lhe foram colocadas pelos presentes. Entre as questões abordadas, a não obrigatoriedade da leitura, mas a importância desta na dinâmica social.



O debate abriu com a Professora Deolinda Campos sensibilizando os presentes para a influência da leitura na concepção de uma consciência humana bem formada. A intervenção do autor começou com a colocação da questão, pelo docente Alberto Osório:

- Não era uma vez? - Fez-se silêncio na sala...

Um modo de fugir ao tradicionalismo dos contos de fadas desligados da realidade (ainda que necessários para as crianças como mensagem subliminar e informadora de um estado de consciência nessa idade, mas não para jovens a um passo da entrada na universidade). Em resposta à questão, o autor salientou que a vida não era um eterno sorriso ou o permanente sufoco de uma lágrima, pois a verdade encontrava-se algures no meio... a sessão prosseguiu com o professor Alberto Osório dando início à leitura de um excerto do romance "O Templo Dos Homens" / "Os pássaros não podem cair do céu" (disponível neste "blog"), cujo texto havia sido previamente distribuído a todos os participantes.

Seguiu-se o debate!

A determinado momento Miguel Martins de Menezes referiu a grave crise mundial que afecta o planeta e o fenómeno de compressão da linguagem como causa inibidora e determinante do estado de inconsciência actual que a humanidade precisa superar para retomar o caminho da evolução humana. Foi referido o estado presente do desenvolvimento da humanidade, surgida de uma sociedade sem dinheiro e sem ciência, culminado na sua trajectória lógica numa sociedade sem dinheiro e com uma tecnologia evoluída.




Entre muitas questões colocadas um dos intervenientes perguntou ao autor se era obrigatório ler, ao que este respondeu que a leitura não é obrigatória embora seja possuidora de um peso na consciência humana determinante da direcção que a humanidade poderia tomar. Também foi referida a importância da força da juventude na sociedade e o risco desta força se tornar inútil se for mal direccionada. O debate prosseguiu com muito interesse por parte dos intervenientes tendo culminado com o visionamento de um vídeo ( presente aqui no início desta página / 2º vídeo do "blog" ), sobre a importância da leitura na sociedade e do livro como o portador de uma "mensagem de salvação".

Entre momentos de hilariedade e divertimento foi abordada a questão da importância da projecção da experiência humana na escrita tendo sido citada a famosa frase de Ernest Hemingway : " Ninguém pode escrever sobre aquilo que nunca viveu"... nem mesmo ficção, acrescentou o autor!

Seguiu-se uma entrevista informal sobre a  vida e percurso literário do escritor, entre outras abordagens, como a religião e a igreja como um templo criado pelos homens, a importância dos "nacionalismos" na visão do homem como um todo, tendo o autor afirmado a dado momento que todos os agricultores produzem o mesmo pão e possuem as mesmas galinhas, salientando esta percepção da identidade humana ao longo das viagens que efectuou entre a Europa, África e América do Sul.

O debate decorreu de modo espontâneo e livre, tendo sido moderado pelos Docentes Alberto Osório e Deolinda Campos com o "timing" correcto, terminou com o visionamento do vídeo "I  will survive / eu sobreviverei", também presente aqui no topo deste blog (1º vídeo desta página). Após o visionamento deste vídeo que expressava com humor o sentimento global da nossa necessidade de sobreviver à crise mundial que nos afecta, a intervenção terminou com muitas palmas, sorrisos, seguido de pequenos diálogos com os participantes.

Deu-me um particular prazer essa interacção com jovens, sobretudo percebi que não são fechados à leitura como por vezes alguns pensam, estão abertos, muito abertos, mas preciso que haja um trabalho de sensibilização nesse sentido.

Sobretudo dou os meus parabéns ao corpo docente e direcção desta escola exemplar, da organização e estrutura da biblioteca, funcionários e alunos, pelo belo trabalho que nela produzem. À hora do almoço foi servida uma refeição composta por sopa de legumes, peixe frito, arroz, salada de alface com pepino e tomate, pão caseiro, uma sobremesa de melão, banana e iogurte de frutas (à escolha), refeição preparada na própria escola a preços acessíveis para os alunos.

A biblioteca dispõem de uma sala bem equipada com "internet" sem fios, livros criteriosamente escolhidos. Acresce aqui as instalações desportivas (com um espaço para os desportos radicais), refeitório e cantina bem equipados, além da excelente sala onde decorreu a acção de sensibilização, dotada da melhor tecnologia audio-visual. A par da biblioteca, a escola possui uma sala onde alunos e professores podem adquirir materiais didácticos, tirar fotocópias entre outros serviços. Afirmo aqui, sem margem para dúvida, que esta escola deveria servir como exemplo para muitas outras!

Desejo aqui salientar a importância do professor/educador na sociedade, pois ele é mais importante que um general ou um médico, um 1º ministro, com ele não haveria guerras e por certo menos doenças... e sobretudo melhor governação!

Um abraço a todos os leitores,


        Miguel Martins de Menezes