quinta-feira, 28 de março de 2013

sexta-feira, 1 de março de 2013


A primeira estrofe era um apelo à calma e serenidade, um voto de auto-confiança esclarecida, uma exaltação da humildade e valorização da nobreza do indivíduo. “Se” era um louvor da autonomia do Homem, uma abnegação do ego e das ideias pessoais em benefício da verdade da pessoa humana. Exaltava o altruísmo e a compaixão sobre a arrogância, a firmeza do carácter, a tenacidade no pleno usufruto da inteligência e da sabedoria.

Alimentava a capacidade de sonhar sobre cinzas e lágrimas, sobre a derrocada do indivíduo ainda que limitado, escorado apenas na vontade férrea e indomável do carácter. O texto daquela folha de papel exigia-lhe mais do que naquele momento era capaz de dar, balançava titubeante e frágil entre as palavras toldado pelo álcool, mas era precisamente nessa curva da vida que residia a diferença entre um organismo mutilado e acabado e um verdadeiro Homem.

Ele era o próprio momento, o tempo vivido, o próprio tempo e a vida. Sabia que aquelas palavras projectavam na prática uma declaração universal de um estado de consciência para que o indivíduo se pudesse reconhecer na essência do Homem em toda a sua plenitude. Lia e relia-o, com o tempo mudava de representação aproximando-o da sua exegese correta, como a água cristalina de uma nascente de vida. Como aquelas belas palavras expressavam, teria de arranjar energia residual onde esta não existia, teria de ser forte e amotinar a sua própria interioridade para vencer essa insurreição em que de um lado lutava o desgosto e o desgaste causado pelo seu miserabilismo e do outro a majestade do seu carácter. Teria de engolir a sua auto-comiseração e suportá-la com dignidade. Arranjar energia na audácia e na firmeza dos valores que perseguira na vida. Confrontou as palavras com o estado interior que o mergulhara num estado de amorfismo paralisante. Leu pela milionésima vez o poema que o seu pai lhe ofereceu aos treze anos de idade. Voltou a ler ganhando forma nas palavras que digeria sempre de modo diferente, pensou em Luana e sentiu comiseração…

Por breves momentos sorriu com tristeza, imaginou que seria uma pessoa só e sem rumo, tresmalhada pelos seus devaneios ou pela sua doença. Possuía um guia na sua frente, algo que o orientava como uma bússola sempre que saía do seu caminho e perdia o norte. A “pequena” herança do seu querido pai. 





Se”
Se consegues manter a calma
Quando à tua volta todos a perdem e te culpam por isso.
Se consegues ter confiança em ti quando todos duvidam de ti e aceitas as suas dúvidas
Se consegues esperar sem te cansares por esperar
Ou caluniado não responderes com calúnias
Ou odiado não dares espaço ao ódio sem porém te fazeres demasiado bom ou falares cheio de conhecimentos
Se consegues sonhar sem fazeres dos sonhos teus mestres
Se consegues pensar sem fazeres dos pensamentos teus objectivos
Se consegues enfrentar o Triunfo e a Derrota e tratares esses dois impostores do mesmo modo
Se consegues suportar a escuta das verdades que dizes distorcidas pelos que te querem ver cair em armadilhas
Encarar tudo aquilo pelo qual lutaste na vida ficar destruído e reconstruíres tudo de novo com instrumentos gastos pelo tempo
Se consegues num único passo arriscar tudo o que conquistaste num lançamento de cara ou coroa
Perderes e recomeçares de novo sem nunca suspirares palavras da tua perda
Se consegues constringir o teu coração nervos e força para te servirem na tua vez já depois de não existirem,
E aguentares quando já nada tens em ti a não ser a vontade que te diz: "Aguenta-te!"
Se consegues falar para multidões e permaneceres com as tuas virtudes ou andares entre reis e pobres e agires naturalmente
Se nem inimigos ou amigos queridos te conseguirem ofender
Se todas as pessoas contam contigo mas nenhuma demasiado
Se consegues preencher cada minuto com a precisão de sessenta segundos
Tua é a Terra e tudo o que nela existe e mais ainda tu serás um Homem, meu filho


“IF” *Rudyard Kipling (1895)

" Se o ser humano..."


"Vem" - Poesia


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"O teu corpo pediu carícias" - Poema


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Marco Aurélio(Imperador Romano) - O valor da opinião dos outros.


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