Romance, Literatura, Livreiros, Editores e Autores, Poesia e Poetas, Espaço Literário...

Este "Blog" é um espaço destinado apenas à divulgação de parte dos textos do autor, um pequeno "cartão de visitas" sem qualquer pretensão. Um abraço a todos os visitantes...

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

"Grite, agora a necessidade é pública!"


Postado por Unknown às 18:59 Nenhum comentário:
Enviar por e-mailPostar no blog!Compartilhar no XCompartilhar no FacebookCompartilhar com o Pinterest

"Nunca consegui fazer..."


Postado por Unknown às 18:51 Nenhum comentário:
Enviar por e-mailPostar no blog!Compartilhar no XCompartilhar no FacebookCompartilhar com o Pinterest

"Memórias de Minhas Putas Tristes" - Gabriel Garcia Marquez


Postado por Unknown às 18:50 Nenhum comentário:
Enviar por e-mailPostar no blog!Compartilhar no XCompartilhar no FacebookCompartilhar com o Pinterest

"Gritar"


Postado por Unknown às 18:46 Nenhum comentário:
Enviar por e-mailPostar no blog!Compartilhar no XCompartilhar no FacebookCompartilhar com o Pinterest

sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

"Ode ao vinho"


Postado por Unknown às 23:37 Nenhum comentário:
Enviar por e-mailPostar no blog!Compartilhar no XCompartilhar no FacebookCompartilhar com o Pinterest

"Sem tempo ou pressa"


Postado por Unknown às 23:36 Nenhum comentário:
Enviar por e-mailPostar no blog!Compartilhar no XCompartilhar no FacebookCompartilhar com o Pinterest

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

"Meu amor"


Postado por Unknown às 17:48 Nenhum comentário:
Enviar por e-mailPostar no blog!Compartilhar no XCompartilhar no FacebookCompartilhar com o Pinterest
Postagens mais recentes Postagens mais antigas Página inicial
Assinar: Postagens (Atom)

Translate

Your SEO optimized title page contents
ExactSeek: Relevant Web Search

Miguel Martins de Menezes

Miguel Martins de Menezes

Presente de duas amigas e leitoras do Facebook, Wanubia e Edna, obrigado amigas!

Arquivo do blog

  • ►  2014 (19)
    • ►  junho (3)
    • ►  abril (1)
    • ►  fevereiro (3)
    • ►  janeiro (12)
  • ▼  2013 (74)
    • ►  novembro (3)
    • ►  outubro (8)
    • ►  agosto (26)
    • ►  abril (14)
    • ►  março (16)
    • ▼  janeiro (7)
      • "Grite, agora a necessidade é pública!"
      • "Nunca consegui fazer..."
      • "Memórias de Minhas Putas Tristes" - Gabriel Garci...
      • "Gritar"
      • "Ode ao vinho"
      • "Sem tempo ou pressa"
      • "Meu amor"
  • ►  2012 (90)
    • ►  dezembro (13)
    • ►  outubro (23)
    • ►  setembro (12)
    • ►  julho (29)
    • ►  junho (5)
    • ►  maio (2)
    • ►  abril (1)
    • ►  março (2)
    • ►  fevereiro (1)
    • ►  janeiro (2)
  • ►  2011 (7)
    • ►  dezembro (3)
    • ►  novembro (2)
    • ►  maio (2)

Seguidores

Miguel Martins de Menezes

Miguel Martins de Menezes

Miguel Martins de Menezes

Unknown
Ver meu perfil completo

Total de visualizações de página

64,337

Poeta Abgye Gaona Livre!

Poeta Abgye Gaona Livre!


FACEBOOK - LIKE BOX

Ernest Hemingway

Ernest Hemingway

O TEMPO CONSUMIU PALAVRAS

O tempo consumiu palavras,

Reduziu-as ao pó frio do abraço perdido,

Ainda este não se fazia sentido.

Escancarou portas sem muros,

Deu com violência, sibilou urros,

Abriu-se o grotesco sorriso,

Perdurou no silêncio das palavras…

A necrose abriu, corroeu,

Deixou feridas soltas, fechadas…

Soletrou vinagre azedo,

Na dor consentida e incapaz,

Agora é o silêncio que destila,

A morbidez por trás escondida,

Das vielas tortuosas da mente.

Como ruas vazias sem casas,

No cérebro de um demente.

Os corpos caminham desnudados,

Os frutos caiem mais cedo das árvores,

Elas ficaram sem vida, inertes, frias,

Como sentimentos amargurados,

Amontoados no chão da terra vazia.

Cometi um erro grave e sofro,

Sinto-me como um mar revolto,

Um vento fortíssimo varre-me o espírito e o corpo,

Afastando-me para o largo, lá...

Onde corre a minha alma de poeta,

Força libertadora que também é fúria.

Algo que me persegue,

Faz-me sentir que não queria existir,

Ter consciência, isso mata, destrói, corrompe,

Faz-me voar em palavras sofridas,

Quero dizer e não tenho.

Palavras que levam carinho e ternura puros,

Tristeza que se estende na frente...

Inútil essa inconsciência dos homens,

Desconhecem que não podem escrever o que gostariam,

Perceber a condição de seres humanos, limitados!

Agora sinto poucas palavras escritas,

As mãos limpas no vazio da impossibilidade.

Por vezes as palavras são inimigas,

Não me conhecem,

Não sabem como sou,

São alheias, soltas, inúteis...

Resgatam-se sem o elo que as une a mim,

Sem a força poderosa do verbo,

A eloquência frustrada do meu devaneio.

O meu erro foi querer abrir esta enseada sem palavras,

agarrada ao meu silêncio num lago de perfeita serenidade...

Miguel Martins de Menezes



Feedjit

Gabriel Garcia Marquez

Gabriel Garcia Marquez

Shakespeare & Company

Shakespeare & Company

GEORGE-WHITMAN

GEORGE-WHITMAN

Ilustração de Pablo Auladell

Ilustração de Pablo Auladell

FACEBOOK LIKE BOX

Ilustração de Sophie Blackall

Ilustração de Sophie Blackall

Ilustração de Yuko Shimizo

Ilustração de Yuko Shimizo

Ilustração de Kim Rosen

Ilustração de Kim Rosen

MVR TRADUTORA

MVR TRADUTORA
Maud V. Rugeroni - Tradutora de Internet no voo para o abismo

Ilustração de Nuria Feijoo

Ilustração de Nuria Feijoo

Ilustração de Isabel Hojas

Ilustração de Isabel Hojas
Miguel Menezes: unir-se a meus contatos na Viadéo

My Facebook Login Page
Miguel Martins de Menezes | Cria o teu cartão de visita
SES by business degree online promotion team

FACEBOOK LIKE BOX

ROSAS PÚRPURAS ESQUECIDAS...


ROSAS PÚRPURAS ESQUECIDAS...

O cesto de vime encheu-se de rosas púrpuras,
Nas mãos calejadas da idosa florista.
Rosas despidas sorrindo,
Entre a folhagem verde esperança,
Deflagrando aromas nos meus sentidos.
O arranjo ganhou cor, forma e vida,
Beleza e fragrância interditas.
O cesto se perdeu envergonhado,
Num recanto esquecido,
Ainda não estava vazio...
Os dias se seguiram ignoradas,
E as rosas,já sem cor, murcharam.
Inertes,doridas, adormecidas,
Esvaíndo beleza e amor.
Púrpuras que eram,mudaram,
E assim sem sua fragância púrpura se quedaram,
Fétidas na metamorfose,dos aromas e da cor,
Que em vida a arte lhes deu esplendor!
E pétalas e folhagem caíram,
No final,um pau seco e despido,
Lembrava as rosas púrpuras do amor,
Ali,naquele recanto,esquecido..
Miguel Martins de Menezes
("NO VOO PARA O ABISMO")



FORGOTTEN PURPLE ROSES

The basket was filled with red roses,
By the callous hands of the old florist.
Naked but smiling roses
Among the green foliage of hope
Triggering scents in my senses.
The bouquet gained colour, shape and life,
Forbidden beauty and fragrance.
The basket was lost, ashamed
Simply forgotten in a corner
Although far from being empty ...
Days went by and they were ignored,
The roses, now without colour, wilted.
Inert, aching, numb,
Wasting away their beauty and love.
Red they were, and changed,
Without their purple fragrance they became,
Fetid in that metamorphosis of aroma and colour,
Art that had given them in life such splendour!
Their petals and foliage had fallen,
In the end, just those dry and naked sticks
Reminded him of those red roses of love
There, in that corner, forgotten ..

Miguel Martins de Menezes
("On The Flight to The Abyss" Translation by Maud V Rugeroni)
("No Voo Para o Abismo")

Miguel Martins de Menezes

Miguel Martins de Menezes
Miguel Martins de Menezes









I made this widget at MyFlashFetish.com.






Manifesto - Só a leitura salva from Marcos Felipe on Vimeo.



O PROVINCIANISMO PORTUGUÊS - FERNANDO PESSOA



Se, por um daqueles artifícios incómodos, pelos quais simplificamos a realidade com o fito de a compreender, quisermos resumir num síndrome o mal superior português, diremos que esse mal consiste no provincianismo. O facto é triste, mas não nos é peculiar. De igual doença enfermam muitos outros países, que se consideram civilizantes com orgulho e erro.

O provincianismo consiste em pertencer a uma civilização sem tomar parte no desenvolvimento superior desta — em segui-la de modo mimético, com uma subordinação inconsciente e feliz. O síndrome provinciano compreende, pelo menos, três sintomas flagrantes: o entusiasmo e admiração pelos grandes meios e pelas grandes cidades; o entusiasmo e admiração pelo progresso e pela modernidade; e, na esfera mental superior, a incapacidade de ironia.

Se há característico que imediatamente distinga o provinciano, é a admiração pelos grandes meios. Um parisiense não admira Paris; gosta de Paris. Como há-de admirar aquilo que é parte dele? Ninguém se admira a si mesmo, salvo um paranóico com o delírio das grandezas. Recordo-me de que uma vez, nos tempos do "Orpheu", disse a Mário de Sá-Carneiro: "V. é europeu e civilizado, salvo em uma coisa, e nessa V. é vítima da educação portuguesa. V. admira Paris, admira as grandes cidades. Se V. tivesse sido educado no estrangeiro, e sob o influxo de uma grande cultura europeia, como eu, não daria pelas grandes cidades. Estavam todas dentro de si".

O amor ao progresso e ao moderno é a outra forma do mesmo característico provinciano. Os civilizados criam o progresso, criam a moda, criam a modernidade; por isso lhes não atribuem importância de maior. Ninguém atribui importância ao que produz. Quem não produz é que admira a produção. Diga-se incidentalmente: é esta uma das explicações do socialismo. Se alguma tendência têm os criadores de civilização, é a de não repararem bem na importância do que criam. O Infante D. Henrique, com ser o mais sistemático de todos os criadores de civilização, não viu contudo que prodígio estava criando — toda a civilização transoceânica moderna, embora com consequências abomináveis, como a existência dos Estados Unidos. Dante adorava Vergilio como um exemplar e uma estrela, nunca sonharia em comparar-se com ele; nada há, todavia, mais certo que o ser a "Divina Comédia" superior à "Eneida". O provinciano, porém, pasma do que não fez, precisamente porque o não fez; e orgulha-se de sentir esse pasmo. Se assim não sentisse, não seria provinciano.

É na incapacidade de ironia que reside o traço mais fundo do provincianismo mental. Por ironia entende-se, não o dizer piadas, como se crê nos cafés e nas redações, mas o dizer uma coisa para dizer o contrário. A essência da ironia consiste em não se poder descobrir o segundo sentido do texto por nenhuma palavra dele, deduzindo-se porém esse segundo sentido do facto de ser impossível dever o texto dizer aquilo que diz. Assim, o maior de todos os ironistas, Swift, redigiu, durante uma das fomes na Irlanda, e como sátira brutal à Inglaterra, um breve escrito propondo uma solução para essa fome. Propõe que os irlandeses comam os próprios filhos. Examina com grande seriedade o problema, e expõe com clareza e ciência a utilidade das crianças de menos de sete anos como bom alimento. Nenhuma palavra nessas páginas assombrosas quebra a absoluta gravidade da exposição; ninguém poderia concluir, do texto, que a proposta não fosse feita com absoluta seriedade, se não fosse a circunstância, exterior ao texto, de que uma proposta dessas não poderia ser feita a sério.

A ironia é isto. Para a sua realização exige-se um domínio absoluto da expressão, produto de uma cultura intensa; e aquilo a que os ingleses chamam detachment — o poder de afastar-se de si mesmo, de dividir-se em dois, produto daquele "desenvolvimento da largueza de consciência" em que, segundo o historiador alemão Lamprecht, reside a essência da civilização. Para a sua realização exige-se, em outras palavras, o não se ser provinciano.

O exemplo mais flagrante do provincianismo português é Eça de Queirós. É o exemplo mais flagrante porque foi o escritor português que mais se preocupou (como todos os provincianos) em ser civilizado. As suas tentativas de ironia aterram não só pelo grau de falência, senão também pela inconsciência dela. Neste capítulo, "A Relíquia", Paio Pires a falar francês, é um documento doloroso. As próprias páginas sobre Pacheco, quase civilizadas, são estragadas por vários lapsos verbais, quebradores da imperturbabilidade que a ironia exige, e arruinadas por inteiro na introdução do desgraçado episódio da viúva de Pacheco. Compare-se Eça de Queirós, não direi já com Swift, mas, por exemplo, com Anatole France. Ver-se-á a diferença entre um jornalista, embora brilhante, de província, e um verdadeiro, se bem que limitado, artista.

Para o provincianismo há só uma terapêutica: é o saber que ele existe. O provincianismo vive da inconsciência; de nos supormos civilizados quando o não somos, de nos supormos civilizados precisamente pelas qualidades por que o não somos. O princípio da cura está na consciência da doença, o da verdade no conhecimento do erro. Quando um doido sabe que está doido, já não está doido. Estamos perto de acordar, disse Novalis, quando sonhamos que sonhamos.

Fernando Pessoa, in 'Portugal entre Passado e Futuro'

Justiça dos Homens

Justiça dos Homens

CRIANÇAS FELIZES

Este poema curiosamente foi escrito pelo autor horas antes do terrível acontecimento do Rio de Janeiro que enlutou todo o povo Brasileiro. Por essa razão decidi fazer uma singela homenagem a todas as crianças Brasileiras e dedica-lo a esses jovens inocentes que perderam a vida nesse triste acontecimento. Deixo aqui um abraço solidário a todo o bom povo do Brasil, em especial aos pais e familiares desses pequenos seres que neste momento se encontram nos braços de Deus. Um abraço de solidariedade a todo o povo irmão do outro lado deste oceano de tristeza ...
Crianças felizes
Num belo dia de sol,
Duas crianças perguntaram
como ele, Sol, se sentia,
Um raio de luz respondeu,
Sou eu,
E as crianças ignoraram.. a sua voz calaram.
Dois passos em frente,
As crianças choraram,
Quem és tu?
Com medo, perguntaram !
Sou eu,
O Sol,
O amor...
E as inocentes crianças disseram..
Quem somos?
O sol nasceu,
No outro dia e respondeu..
Eu nada sou sem a vossa luz,
Eu sou ninguém,
Sou um sol sem cor, sorriso sem calor,
As crianças sorriram dizendo;
Somos felizes!.. Somos felizes!..
Mas uma delas silenciou.. E nada a mudou,
Foi quando a outra gritou,
Eu sou feliz!
Somos felizes..
Gritaram as duas,
Quando a outra escutou e a abraçou.
O sol sorriu dizendo, somos crianças antes do erro, A barreira!
Entre a maturidade e a pureza Vocês são o meu calor. A luz que me sorri, Consciência!
Miguel Martins de Menezes
(in memorias)

É POSSÍVEL CONQUISTAR ALGUÉM PELA ESCRITA?



É possível conquistar alguém pela escrita?

Esteticamente o minimalismo ajuda a fazê-lo?...

Onde esta postura pode condicionar-nos?...

Acho curiosa a questão na medida em que o afecto se estrutura na comunicação, a tal "química", indo muito para além desta no aspecto estritamente oral ou escrito, pois existe toda uma linguagem corporal além de outros veículos de comunicação como o cheiro, entre outros..

Quero ficar na linguagem escrita para não fugir do tema. Na verdade quando falei no minimalismo foi derivado de um factor; essa atitude redutora da comunicação não irá intervir de modo a quebrar a força da mensagem no amor, ou no afecto?..

Na verdade penso que existe uma inter-relação entre as limitações da nossa capacidade de expressão e a beleza que pretendemos transmitir quando amamos alguém. Recordo ter escrito cartas de amor pungentes que se estendiam por várias páginas, nunca saciado pelas palavras que dizia. Cartas de amor "ridículas", como Pessoa dizia, mas cuja beleza transcendia o riso dos que são alheios a este sentimento belo, o mais belo que o ser humano possui !

Quando recordo essas cartas, não tenho dúvida em afirmar que elas tinham origem nesse delicado sentimento ; um fogo que lambia cada página e cada palavra, repetindo incessantemente a ideia de fundo plasmada em múltiplas palavras de afeição e ternura cujo objecto era a conquista do destinatário. Esse género epistolar íntimo com origem na nossa essência, no nosso fervor deambulatório, uma viagem entre a erudição e o exorcismo da paixão que alimentava um pedaço de papel.

O minimalismo não iria reduzir ainda mais a criatividade desse acto de entrega que se pretende absoluto sem nunca o ser pela nossa precariedade humana?..as já limitadas ferramentas de que dispomos para atingir a finalidade a que nos propomos?...Ai, ai, ai..esse sentimento belo desnutrido pela incapacidade de tecer a imaginação na moldura das nossas palavras e construções mentais.

O que pensa disto?..Quando escrevemos num acto de paixão e amor, temos a tendência de ir ao extremo na plenitude do uso das ferramentas disponíveis para exprimirmos da forma mais perfeita, mais imaculada que encontramos, esse belo sentimento que modifica a alma humana e a que de modo tão simples chamamos: amor!

Um abraço,


Miguel Martins de Menezes

O MINIMALISMO NA LITERATURA.



Como David Britling dizia numa análise feita ao meu livro em Londres, afirmando que a cultura inglesa não podia ter uma visão da narrativa poética ao estilo de "No Voo para o Abismo" ou de um escritor como Gabriel Garcia Marquez ou mesmo do escritor Brasileiro Jorge Amado, pois " o Inglês é uma língua em que a modernidade e o minimalismo tem comprimido maciçamente.Como resultado, o ouvido de quem fala Inglês foi treinado para assumir, implica "preencher os espaços em branco", como diria John Updike. Pensar nos modificadores como os espaços em branco..."

A literatura minimalista é caracterizada pela economia de palavras, evitando advérbios e preferindo estender o tapete dos contextos em vez dos significados, deixando ao leitor a possibilidade de interpretar o texto de qualquer forma, ao agrado de cada mente ou imaginação, dando "dicas" ou insinuações, em vez de representações descritivas directas, levando a que os personagens das histórias sejam banais, comuns, sem expressão ou "rosto".

Em 1995 Noan Chamosky lança um programa de "pesquisa linguística minimalista", chamado "programa Minimalista"dispensando todos os elementos "não necessários" (como é subjectivo), gramatical,lexical e teórico que não seja indispensável para a criação de sentenças.
Mais tarde chegou-se ao extremo de exigir que na sintaxe se coloquem apenas os itens lexicais e funcionais. Assim, "quando" e "quem" se passaria a escrever "qu", assumindo a possibilidade de uma operação que produz uma cópia dos itens lexicais disponíveis reduzindo a linguagem quase a um sistema de Copia e Cola que hoje é paradigma da informática.

No Brasil tem crescido a produção de mini-contos / micro-contos (género associado ao minimalismo) tendo a obra "Ah, é? "sido considerada em 1994 uma obra-prima do estilo minimalista mas de curta duração...

Hoje Ignora-se a disposição das palavras nas frases, das frases no discurso, incluindo a sua relação lógica entre as múltiplas combinações possíveis para transmitir um significado completo e compreensível, a mais completa inobservância das regras de sintaxe (vulgarmente chamado de solecismo).

A capacidade criativa do escritor fica reduzida, a sua visão pessoal de uma paisagem obliterada por uma exposição que induza a que as cores e os traços sejam exteriores ao processo criativo, fazendo-me lembrar uma editora que queria que eu produzisse micro-contos para a elaboração de um "Casino Literário" onde não se jogaria com dinheiro, mas sim com palavras ! Esses contos seriam introduzidos em máquinas de "jogar" e pagos pelos utilizadores dessas máquinas. Obviamente recusei!

Entrei em lugares onde se declara publicamente que já não é preciso ler, que a leitura em nada contribui na nossa formação para que se possa ser um bom escritor. Escutei pessoas afirmar que é legítimo que as pessoas cometam plágio como um modo de enriquecerem a sua visão da concepção literária. Curiosamente esta postura surge numa sociedade em que o homem mais imoral, mas bem sucedido financeiramente, é aplaudido pela sociedade que quer tudo agora, para ontem já vem atrasado, tudo agora! tudo já! O imediatismo e visão "light" da vida onde a felicidade é destruída e confundida com a mera posse de bens materiais...

Para combater essa visão minimalista na comunicação há que recordar aqui que os primeiros seres humanos eram na verdade os seus maiores e mais leais adeptos, pois a linguagem (já não falo na escrita) era apenas uma sucessão de grunhidos que eram canalizados através da função esfincteriana esofagica que mais não era do que um orgão originariamente destinado a suportar o processo de deglutição alimentar.

Antigamente um escritor precisava de ter uma cultura vasta, um processo moroso de sedimentação do conhecimento que muitas vezes levava 30 a 40 anos, hoje tal não é necessário, as ferramentas disponíveis transformam o homem mais inculto num escritor bem sucedido desde que escolha temas adequados à sua formação limitada; como o escandalo, zombies ou casamentos interestelares ou galácticos, mas quando se trata de escrever uma narrativa poético / conceptual aí as coisas começam a doer pois não existem ferramentas nem computadores que façam o trabalho.
Infelizmente o mercado está dominado por editoras que nada mais são do que máquinas de fazer dinheiro, "casinos literários" onde se paga para entrar. Elas dizem ao autor que o texto tem de ser alterado se o desejar publicar e este adultera a sua produção para ver o seu livro nas livrarias.

Infelizmente vejo que o panorama da literatura está a sofrer esta pressão de uma sociedade pouco virada para a cultura e mais ligada ao consumo de "hamburgers" e de "chiclete para os olhos" , não se procura no livro o conceito que leva o período estrutural da construção sintáctica de uma frase à mente, mas antes se procura dar uma sucessão de palavras que não precisa de ser processada no cérebro, uma imagem, obliterando completamente a capacidade criativa do autor, reduzindo a comunicação a um mundo de estímulos e sensações leves, para quê pensar? Não é por acaso que "Diário De Um Banana" (Uma pequena edição para crianças, possui 80% de imagens - bonecos com traços e bolas - e os textos funcionam como legendas) Queres perceber se és inteligente? Então fecha os olhos, Paff ... (tabefe na procura de inteligência). Estes são os "Best Sellers" da actualidade...

"Como o campo de lavanda que se alongava na sua frente, libertando aromas delicados nos seus sentidos apurados sem horizonte visível."

Um minimalista escreveria aproximadamente (não domino a arte);

" Campo de lavanda. aromas. Sentidos apurados. Horizonte.."

Penso que o minimalismo não poupa em pontos finais seguidos de maiúsculas...

à ou há?

porque ou por que?

senão ou se não?

trás ou traz?

Vêem ou vêm?

O minimalismo não respeita as regras mais elementares da sintaxe e do prontuário ortográfico, qual a razão?... A meu ver estamos perante a incapacidade de assumpção da ignorância humana, desta se assumir a si própria, um modo de justificar as limitações na escrita com novos ditames!

Desculpem despedir-me de modo minimalista, como viram, o professor de piano faria muito pior !

Qto. + pq - vsvl.
Obg.Tds. Ltrs.
M. Cpts.
3M



Miguel Martins de Menezes. Tema Simples. Tecnologia do Blogger.